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O Autor

Meu nome é Marcos, nasci na Região Nordeste, no Estado da Paraíba, na cidade de João Pessoa, onde resido atualmente, depois de ter morado nas seguintes cidades: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Recife. Aprendi muito com as diferenças culturais existentes nestas cidades. As vivências em culturas diferentes alavancaram minha visão da realidade, e me ajudaram a compreender o modo como me comporto em determinadas ocasiões. Isto me levou a perceber como os valores são transmitidos através do meio ambiente que moramos, da família e das crenças de toda espécie. Este conjunto, diferente em cada lugar, moldou minha maneira de perceber a realidade que me cerca. E o que é mais importante, aprendi que a nossa percepção da realidade pode divergir totalmente da percepção de outra pessoa, sem que exista uma pessoa certa e outra errada, mas apenas enfoques diferentes da mesma realidade.

Eduardo, Caroline, Cristiane e Frederico, nesta ordem cronológica, são os quatro filhos que a Vida me presenteou, frutos do casamento com Margaret Rose. Eduardo me presenteou com dois netos: Leonardo e Pedro Eduardo. Cristiane também me presenteou com dois netos: Beatriz e Eliott. Com os casamentos dos filhos ganhei mais três filhos: Yvana (Eduardo), Julien (Cristiane) e Joyce (Frederico).

Escrever é um prazer imenso para mim, inunda minha alma de uma alegria que não encontro palavras para descrever ou dar uma ideia do significado deste ato criativo para a minha alma. Quando era jovem, na casa dos dezessete/dezoito anos de idade, há muitos e muitos anos atrás, bota tempo nisso, morava na cidade do Rio de Janeiro. Nesta época o Rio era uma cidade maravilhosa, sem a violência e os assaltos dos últimos anos. Na referida época vivia a escrever, sem exercer atividade remunerada, era um peso morto para a família. Devo esclarecer uma coisa, nos anos anteriores à época referida, trabalhei duro em João Pessoa, nos negócios da família. A mãe sempre me alertava, nesta fase de ociosidade no Rio, exceto escrever, para a necessidade de ganhar o pão de cada dia, eu não conseguiria me sustentar escrevendo. Antes de ser capaz de fazer isto, necessitaria de inúmeros anos de atividade, e ter me projetado no mundo da literatura. Portanto, era necessário ter uma profissão e desenvolver uma atividade que me assegurasse a sobrevivência, que escrevesse nos domingos e feriados. Como é natural em todo ser humano, ela também dava as suas pisadas de bola, mas fui obrigado a reconhecer que ela estava certa.

Na época dos primeiros ensaios no campo da literatura morava na Rua Voluntários da Pátria, no bairro de Botafogo, nas proximidades do Largo de Humaitá. Vivia a escrever, enchi de poesias uma pasta de papelão duro de aproximadamente cinco centímetros de altura. Não contei o número de poesias criadas nesta fase da vida, escritas no arrebatamento da juventude, em uma máquina de escrever portátil que recebi de presente do pai, junto com uma resma de papel, sobras do escritório de um posto de gasolina que ele tinha vendido em João Pessoa.

A pouco e pouco o antigo sonho juvenil de ser escritor e poeta foi desaparecendo, as lutas diárias pela sobrevivência eram mais propícias ao surgimento do homem técnico. Deste modo, o poeta cedeu lugar ao técnico, para atendimento das necessidades físicas do viver. Cheguei mesmo a pensar que o escritor tinha morrido, tinha sido uma das muitas ilusões da juventude, mas os sonhos apenas foram arquivados em regiões recônditas do ser. Na década de sessenta, não me lembro exatamente o ano, atendendo ao convite de um amigo para racharmos as despesas de aluguel e “sobrar menos dias no final do dinheiro”, mudei-me para o bairro do Flamengo, e deixei no apartamento da Rua Voluntários da Pátria, pertencente à mãe de uma tia, a pasta com todas as poesias escritas naquela época. Quando foi até o apartamento, após a minha saída, a tia encontrou a pasta em um armário, ela me telefonou e perguntou como eu queria que ela fizesse para colocar a pasta em minhas mãos. Informei à tia não ter mais interesse na pasta, ela fizesse o favor de jogar no lixo, coisa que não tive a coragem de fazer. Um fim infeliz para os registros dos sonhos e dos amores da juventude, ali confessados abertamente na forma de versos, no arroubo da juventude.

O tempo passa, o poeta sepultado e esquecido, trabalho profissional, casamento, filhos, mudanças para trabalhar em outros estados, separação, nova união, o coração ficou combalido pelas lutas profissionais e sentimentais, pifou. Vieram as pontes de safena e, no dia seguinte à operação, um coágulo de sangue subiu para o cérebro e provocou a falta de irrigação do lado esquerdo, o lado racional, paralisou os movimentos do lado direito do corpo, provocou a cegueira do olho esquerdo e a perda da visão lateral do olho direito. Não me recuperei totalmente das sequelas provocadas pelo AVC, tenho apenas a visão míope e frontal do olho direito. Perdi parte da memória e dos movimentos do lado direito do corpo. Estas sequelas resultaram na aposentadoria no ano de 2001. De setembro de 2000 a dezembro de 2002 me concentrei na recuperação da saúde e de parte dos movimentos, e a aprender a fazer todas as coisas, inclusive escrever, com a mão esquerda. Novos relacionamentos e novas separações aconteceram, terapias de grupo e individual, um período tumultuado, até a aceitação das limitações físicas e intelectuais decorrentes do AVC. Foi o fim de uma fase e o início de outra. Talvez o mais correto seria dizer: a retomada do sonho da juventude.

No final de 2002 comprei um microcomputador e retornei à atividade de escrever. Isto me deu, e ainda me dá, um imenso prazer. Ao longo dos últimos anos tenho escrito várias coisas, que foram reunidas nesta página da internet. É a realização de um sonho acalentado nos tempos da juventude, concretizado na terceira idade. O primeiro trabalho escrito nesta fase recebeu o título de Espera I, pode ser visto na seção de Poesias. São poucos os seres humanos que gostam de poesia, por esta razão não sei dizer qual a utilidade desta seção para a maioria das pessoas, talvez nenhuma. Cada poesia que escrevo é para mim um pedaço da minha alma e do meu coração, que deixo para os filhos, netos, parentes, ex-mulheres e amigos, na esperança de que pelo menos uma poesia faça soar as cordas mais sensíveis dos seus corações, e se transforme em ação concreta no campo do amor…

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